O
último censo feito no Brasil pelo Ministério de Desenvolvimento Social sobre
moradores de rua foi em 2008. A pesquisa apontou que 32 mil pessoas seguem
vivendo pelas ruas. Esse número pode ser ainda maior, pois é difícil
contabilizar quantos são os desabrigados justamente por não possuírem endereço
fixo.
Foto: www.entreverbos.com.br |
É
muito triste saber que muitas pessoas passam o dia caminhando, comendo as
sobras dos outros, suplicando por algumas moedas, preocupados em terem um
jornal para se cobrir e se proteger do frio todas as noites. Eles caminham a
procura de um canto para terem sossego e fogem das pessoas sem piedade. Vida
miserável.
As
pessoas nesta situação foram excluídas do sistema por problemas como
alcoolismo, drogas, doenças metais, desavenças com familiares, desemprego ou
simplesmente desilusão com a vida. Os moradores de rua conhecem o verdadeiro
significado da palavra humilhação. Para a grande maioria eles são incomodo,
atrapalham o comercio, são “feios”, os turistas não vão gostar de vê-los,
afinal não interessa olhar para a desgraça. O que todos querem ver é uma cidade
bonita, limpa e florida. Quanto mais flor, quanto mais cor melhor, melhor?
Melhor é esconder esse horror. Melhor deixar pra lá. Que desagradável, aliás
desagradável é pouco, isso é desumano, o descaso com esses seres humanos é
desumano.
O
que fazer diante dessa situação. Dar esmola vai ajudá-los? Por que ele escolhe
estar ali? A sociedade é a culpada? Por que ficam pedindo ao invés de
trabalharem? Como resolver esse problema se o interesse político não atinge essas
pessoas, se cada vez mais eles estão sozinhos, desamparados, sem escolaridade,
doentes, viciados. Infelizmente não temos uma ação social eficaz, o dinheiro do
país é para outros fins. Em época de eleição se ouve muitas acusações sobre
verbas desviadas, são milhões e milhões, e para onde vai todo esse dinheiro? Dinheiro
esse que poderia estar sendo investido em dignidade para os desabrigados? Até
quando vamos escutar e aceitar a desculpa que não há verba suficiente para
matar a fome do povo e lhes dar um teto?
Por Camila Babeto
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