sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Humano na pele de mendigo

O último censo feito no Brasil pelo Ministério de Desenvolvimento Social sobre moradores de rua foi em 2008. A pesquisa apontou que 32 mil pessoas seguem vivendo pelas ruas. Esse número pode ser ainda maior, pois é difícil contabilizar quantos são os desabrigados justamente por não possuírem endereço fixo.

Foto: www.entreverbos.com.br

É muito triste saber que muitas pessoas passam o dia caminhando, comendo as sobras dos outros, suplicando por algumas moedas, preocupados em terem um jornal para se cobrir e se proteger do frio todas as noites. Eles caminham a procura de um canto para terem sossego e fogem das pessoas sem piedade. Vida miserável.

As pessoas nesta situação foram excluídas do sistema por problemas como alcoolismo, drogas, doenças metais, desavenças com familiares, desemprego ou simplesmente desilusão com a vida. Os moradores de rua conhecem o verdadeiro significado da palavra humilhação. Para a grande maioria eles são incomodo, atrapalham o comercio, são “feios”, os turistas não vão gostar de vê-los, afinal não interessa olhar para a desgraça. O que todos querem ver é uma cidade bonita, limpa e florida. Quanto mais flor, quanto mais cor melhor, melhor? Melhor é esconder esse horror. Melhor deixar pra lá. Que desagradável, aliás desagradável é pouco, isso é desumano, o descaso com esses seres humanos é desumano.

O que fazer diante dessa situação. Dar esmola vai ajudá-los? Por que ele escolhe estar ali? A sociedade é a culpada? Por que ficam pedindo ao invés de trabalharem? Como resolver esse problema se o interesse político não atinge essas pessoas, se cada vez mais eles estão sozinhos, desamparados, sem escolaridade, doentes, viciados. Infelizmente não temos uma ação social eficaz, o dinheiro do país é para outros fins. Em época de eleição se ouve muitas acusações sobre verbas desviadas, são milhões e milhões, e para onde vai todo esse dinheiro? Dinheiro esse que poderia estar sendo investido em dignidade para os desabrigados? Até quando vamos escutar e aceitar a desculpa que não há verba suficiente para matar a fome do povo e lhes dar um teto?

Por Camila Babeto
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