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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Uma visita inesquecível ao Museu Paranaense


Foto: http://www.curitiba-parana.net/
Pela primeira vez fui ao Museu Paranaense, localizado no alto do Centro Histórico, o prédio me chamou a atenção pelo tamanho. O espaço também é conhecido como Palácio São Francisco, sede do Governo do Paraná até 1953. Essa é a sétima sede do Museu. O prédio, por fora, é incrível. Por dentro, te uma adorável surpresa: tudo é muito organizado e catalogado. São três setores, divididos em Antropologia, Arqueologia e História. Um destaque para o Pavilhão da História do Paraná, que faz uma espécie de linha do tempo, de 8.000 a.C. até a integração dos imigrantes no nosso estado. Existem objetos que eu não imaginava ver. O conteúdo histórico é impressionante e deixa nosso estado mais atraente, despertando a curiosidade para saber como foi o passado. Depois de duas horas passeando pelas suas salas e observando detalhes, vejo que perdi muita coisa por não ter conhecido esse lugar antes. Mas por que eu nunca fui ao Museu Paranaense? Porque não existe uma divulgação desse lugar impressionante? Algumas horas lá acrescentam muito ao entendimento da história e com certeza o Museu Paranaense não é um lugar para ficar esquecido.                                                                                     

                    Por Caroline Silva 

Relatos de um repórter



Foto: Wando Silva -  Distribuição de alimentos no templo Hare Krishna de Curitiba

Durante os dois dias em que acompanhei a ação feita pelo centro Hare Krishna na distribuição de alimentos e visualizei a pluralidade de pessoas que se alimentavam no local. Lá, havia negros, brancos, hippies, estudantes e aposentados. Todos ali com um só objetivo: saciar a fome. Um dos casos que mais me chamou a atenção foi o do malabarista Rey Rico. O mexicano, de 27 anos, que vive há três meses no Brasil, conta com a voz embargada que por não ter recursos para se alimentar ele recorre ao templo todos os dias nos dois horários em que é oferecida a refeição. “No final de semana acabo ficando com fome, por não ter onde comer", lamenta. 

Há um ano, o também frequentador do local Neguinho, como prefere ser chamado, diz cabisbaixo que é ex presidiário e não consegue emprego. Por isso, acabou caindo no mundo das drogas. “Durmo nas marquises do Centro. Peço esmolas no sinal e no ônibus para sustentar o vício. Venho aqui para comer a única alimentação do dia", explica. Ele conta que já passou por dois internamentos em clínicas, porém, não conseguiu ficar longe do vício. A monja Tungaviduya, fala que é dever de cada templo Hare Krishna não deixar passar fome qualquer ser humano que esteja a uma distância de 15 quilômetros da sede. "Acreditamos que uma pessoa quando fica com fome a tendência é ficar mais violenta", conta. 

Por Wando Silva



Caminhos cruzados pela profissão


Foro: www.webmanario.com
Estávamos eu e minha colega Gabriela a entregar os impressos do Capital da Notícia – edição Centro Histórico de Curitiba e abordamos alguns dos vários moradores em situação de rua que estavam no entorno da Praça Tiradentes. Um deles, que não quis se identificar, pegou o jornal e nos contou uma história particular: Há seis anos, ele escrevia um jornal sobre a comunidade em que ele vive. O nome do jornal é "A Laje". A publicação discutia as situações que os mendigos enfrentam no dia a dia das ruas.

O jovem que aparentava ter 30 anos. Como seus companheiros, demonstrou interesse em nosso jornal e ainda disse que todos nascem com um faro jornalístico, “não importa a classe social, o que importa é a vontade de aprender com a realidade”. Achei muito interessante a forma como ele aceitou o nosso trabalho e recebeu de bom grado a edição publicada. É sempre bom aprender que por mais que a condição financeira de uns seja superior a de outros, todo mundo é humano igual e a generosidade, na maioria das vezes, vem de quem justamente tem menos a oferecer. 


Por Franciele Fries

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O primeiro Maracatu

Foto: Andreza Rossini - Participantes do grupo Maracatu Aroeira fazendo o tradicional arrastão na rua XV de novembro


Era um dia frio e chuvoso, mas a curiosidade pulsou ao ouvir o som do bumbo e dos pés batendo ao chão para dar sentido a uma dança. Eu não deveria parar ali, meu caminho era outro e minha obrigação daquele dia era seguir para um call center, ligar, vender, trabalhar. Andei uma quadra, mas voltei à frente do relógio das flores, no Largo da Ordem, região do Centro Histórico de Curitiba para ouvir aquele grupo.

Eles estavam em aproximadamente 15 pessoas. Eram moças e rapazes. Jovens com um sorriso no rosto. Aqueles primeiros passos eram só um ensaio, para algo que parecia ser um show. Foi repassado cada movimento e cada som. As pausas que deveriam ser tomadas já estavam com os minutos programados e como que em uma explosão de alegria, todos se puseram à andar. 

As longas saias brancas rodando, esvoaçadas pelo vento do início da noite da Capital e acompanhadas da dança das meninas do Maracatu são fascinantes. As pernas dos rapazes, muito ágeis, também vestidas da paz, acompanhavam as garotas e formavam uma dança maravilhosa. 

Cada batida do bumbo e cada balançar do chocalho criava um novo ritmo, algo desconhecido, que soava muito bem aos meus os ouvidos. Quando me dei conta, já estava seguindo aquele grupo, pelas ruas do Centro Histórico, com mais uma dezena de pessoas, que se reúnem sempre, na última sexta-feira do mês, para seguir aquele som, aquelas pessoas, aquela dança e aquela paz – o Maracatu, Cultura de Recife que nasce no colo dos Curitibanos.

Por Andreza Rossini

terça-feira, 25 de novembro de 2014

O contraste do Largo


Foto: artebrasileirautfpr.wordpress.com
O Largo da Ordem fica localizado no setor histórico de Curitiba, e consegue unir no mesmo lugar o antigo com o moderno. Antigo por causa de suas histórias, seus casarões de séculos passados, e pelas marcas deixadas pelos velhos frequentadores. Moderno pela união de tribos, pelos bares, pelos jovens que curtem se encontrar no local. Confesso que tempos atrás tinha medo de frequentar, por conta da falta de segurança que existia por lá. Hoje, após a revitalização a situação mudou, o local está muito mais seguro assaltos e roubos caíram 33%.


Hoje em dia, o local me soa extremamente agradável a qualquer horário. Seja durante a tarde para frequentar um dos museus da região, ler um livro, ou aprender mais sobre a cultura curitibana. Ou durante a noite pra um happy hour em um dos bares que reúnem todos os estilos. Um local agradável, onde a diversidade se faz presente, música, arte, vendedores de artesanato, tudo no mesmo espaço, formando uma bagunça organizada. Sentar nas mesas que ficam expostas nas calçadas, conversar com amigos e se deixar envolver pela mistura de energias que o Largo da Ordem preserva. Ah, não há nada que pague! 

Por Kelly Pedrita

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Era dona Laura mais viva que eu

Foto: www.blogoperatorio.com

Na Rua São Francisco a conheci. Ela corre, eu caminho. Vez ou outra corro também, que agora acabou a moleza. Nessa brincadeira, descobri músculos terríveis no meu corpo. E por terríveis quero dizer que começavam a doer já na primeira esquina. Dia desses, de tanto reclamar da dor e do cansaço, dona Laura, que de quando em quando afrouxa os passos e me acompanha, soltou essa: 

- Tem senhoras de setenta com mais gás que tu. 

Por certo era dela mesma que falava. Tinha também uns setenta anos. Seu corpo era pequeno e curvado, mas também era bastante altivo. A única coisa comprazente com a idade era seu cabelo: branquinho, de um tom suave. Simpática ela, com um senso de humor que beirava o perverso. Dona Laura, no entanto, tinha algo de diferente das outras senhoras que caminhavam pela São Francisco: ela gostava mesmo é de correr. E rápido. Todos por ali iam a passos de tartaruga; Decerto preferiam a tranquilidade. Mas não dona Laura, ela passava a mil por hora. Era até engraçado ver as veias grossas e roxas que saltavam de suas pernas finas e pálidas. 

Algo do meu respeito por ela era essa vivacidade vinda do desconhecido; Para mim, era inevitável não olhá-la. Para ela, era uma alegria ser vista.

Dona Laura estava em sua terceira volta na quadra quando percebeu meu excesso de curiosidade. Ajeitou calmamente seu cabelo e me disse num sorriso de canto de boca:

- Que foi? Sou velha mas ainda estou viva.


Por Isabela Agostini

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Humano na pele de mendigo

O último censo feito no Brasil pelo Ministério de Desenvolvimento Social sobre moradores de rua foi em 2008. A pesquisa apontou que 32 mil pessoas seguem vivendo pelas ruas. Esse número pode ser ainda maior, pois é difícil contabilizar quantos são os desabrigados justamente por não possuírem endereço fixo.

Foto: www.entreverbos.com.br

É muito triste saber que muitas pessoas passam o dia caminhando, comendo as sobras dos outros, suplicando por algumas moedas, preocupados em terem um jornal para se cobrir e se proteger do frio todas as noites. Eles caminham a procura de um canto para terem sossego e fogem das pessoas sem piedade. Vida miserável.

As pessoas nesta situação foram excluídas do sistema por problemas como alcoolismo, drogas, doenças metais, desavenças com familiares, desemprego ou simplesmente desilusão com a vida. Os moradores de rua conhecem o verdadeiro significado da palavra humilhação. Para a grande maioria eles são incomodo, atrapalham o comercio, são “feios”, os turistas não vão gostar de vê-los, afinal não interessa olhar para a desgraça. O que todos querem ver é uma cidade bonita, limpa e florida. Quanto mais flor, quanto mais cor melhor, melhor? Melhor é esconder esse horror. Melhor deixar pra lá. Que desagradável, aliás desagradável é pouco, isso é desumano, o descaso com esses seres humanos é desumano.

O que fazer diante dessa situação. Dar esmola vai ajudá-los? Por que ele escolhe estar ali? A sociedade é a culpada? Por que ficam pedindo ao invés de trabalharem? Como resolver esse problema se o interesse político não atinge essas pessoas, se cada vez mais eles estão sozinhos, desamparados, sem escolaridade, doentes, viciados. Infelizmente não temos uma ação social eficaz, o dinheiro do país é para outros fins. Em época de eleição se ouve muitas acusações sobre verbas desviadas, são milhões e milhões, e para onde vai todo esse dinheiro? Dinheiro esse que poderia estar sendo investido em dignidade para os desabrigados? Até quando vamos escutar e aceitar a desculpa que não há verba suficiente para matar a fome do povo e lhes dar um teto?

Por Camila Babeto

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Tá no sangue

Centro porque era, e ainda é o núcleo da cidade, histórico porque é ali que nos deparamos com toda a nossa história.

Foto: www.curitibaantiga.com.br



Uma cidade começa assim: pessoas vão chegando, ocupando o lugar mais propício para se viver e ao passar do tempo esse núcleo inicial se torna o lugar favorito da população. Com o nosso Coração da Cidade não foi diferente. Os primeiros que aqui pisaram escolheram o alto do São Francisco para construir as primeiras casas, comércios e igrejas. Os que aqui não moravam, aproveitavam as festas para frequentar o local, hoje conhecido como Centro Histórico. 

Cada pedra no chão formando o paralelepípedo, cada porta rústica, cada telha e cada janela fazem a história de uma sociedade, com seus costumes e tradições. Um ponto turístico que atrai olhares, nem sempre iguais. Se por um lado seus frequentadores assíduos amam cada pedacinho seu, por outro há aquelas pessoas que não gostam muito de andar por lá, e essa guerra de opiniões possui várias razões. 

Como não apreciar um lugar onde se respira cultura? Onde há uma vida noturna inigualável? Onde podemos passear ao som de grandes artistas de rua? Onde encontramos uma mistura de religiões? Ali tem de tudo um pouco e um pouco de tudo. A grande questão aqui é que durante anos e mais anos o nosso “centrinho” foi deixado de lado. Ou então transformado. Muito do que existia antes não restou. E o pouco que temos hoje é o que precisamos cuidar. Talvez por culpa da prefeitura, indiferente ou da população calada. 

O centro foi tomado por uma onda de marginalidade, que ainda não passou. Lugar onde se ganha a vida fácil, onde se compra drogas, onde se pode dormir em um casarão abandonado. Ninguém vê, ou finge não ver, ninguém fala nada. E vai falar o quê? Temos que entender que a marginalidade tem sim como diminuir, mas ela não vai sumir. 

A “dica” do historiador Marcelo Sutil é simples: utilizar o espaço. Quanto mais pessoas frequentarem o Centro Histórico, mais vida terá no lugar e terá menos espaço para a marginalidade. O sangue que hoje corre pelas calçadas pode um dia secar e assim o Centro Histórico pode voltar a ser o lugar preferido de todos os moradores de Curitiba. 

Por Marseille Marés Nachreiner

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