Foto: Wando Silva - Distribuição de alimentos no templo Hare Krishna de Curitiba
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Durante os dois dias em que acompanhei a ação feita pelo centro Hare Krishna na distribuição de alimentos e visualizei a pluralidade de pessoas que se alimentavam no local. Lá, havia negros, brancos, hippies, estudantes e aposentados. Todos ali com um só objetivo: saciar a fome. Um dos casos que mais me chamou a atenção foi o do malabarista Rey Rico. O mexicano, de 27 anos, que vive há três meses no Brasil, conta com a voz embargada que por não ter recursos para se alimentar ele recorre ao templo todos os dias nos dois horários em que é oferecida a refeição. “No final de semana acabo ficando com fome, por não ter onde comer", lamenta.
Há um ano, o também frequentador do local Neguinho, como prefere ser chamado, diz cabisbaixo que é ex presidiário e não consegue emprego. Por isso, acabou caindo no mundo das drogas. “Durmo nas marquises do Centro. Peço esmolas no sinal e no ônibus para sustentar o vício. Venho aqui para comer a única alimentação do dia", explica. Ele conta que já passou por dois internamentos em clínicas, porém, não conseguiu ficar longe do vício. A monja Tungaviduya, fala que é dever de cada templo Hare Krishna não deixar passar fome qualquer ser humano que esteja a uma distância de 15 quilômetros da sede. "Acreditamos que uma pessoa quando fica com fome a tendência é ficar mais violenta", conta.
Por Wando Silva
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