quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Plático, um músico, um filósofo e um artista

É assim que se reconhece hoje Ademir Antunes dos Santos, o Plá. Em meados 1970, ele saiu de sua cidade no interior do Paraná rumo à Curitiba carregando o sonho de estudar música e ser alguém na vida. Ele conta que sempre teve o apoio do pai, que também era músico. “Eu morava em uma cidade pequena e não tinha prosperidade de futuro, meu pai me deu maior força, me dizia 'vai firme'. Foi com ele que eu aprendi a música - desde pequeno o observava tocar e aprendi tudo o que ele sabia”.

Assim que chegou começou a cursar música na Faculdade de Artes do Paraná (FAP). Durante o curso, dava aulas de violão. Assim que formado, iniciou a segunda graduação em musicoterapia. Depois do primeiro ano de aulas, Plá resolveu deixar os estudos e ir cantar nas ruas da capital paranaense. “Resolvi guardar o diploma em casa e mostrar minha criatividade na rua. Isso foi em 1984. No começo, tinha um pouco de dificuldade. O público achava minhas músicas agressivas porque protestavam contra as coisas que são instituídas pelo sistema. Minhas palavras procuram ajudar as pessoas a serem elas mesmas. Com o tempo passou a resistência e a galera começou a gostar”.

O primeiro CD, dos 56 discos gravados pelo artista, foi 1987, durante um show no Teatro Paiol. Hoje, Ademir escolheu tocar em três ‘cantos’ do centro de Curitiba: na Boca Maldita, na Praça Santos Andrade e no Largo da Ordem. “A rua é um palco aberto e assim eu consigo ter contato com o público. Me proporciona crescimento como artista. Meu contato com a realidade que é importante e estar na rua conversando com é a minha fonte de inspiração”.

O filósofo Plá procura mostrar uma ideologia com uma nova perspectiva de vida, para todos que escutam seu som. “É uma forma de mostrar possibilidades diferentes, dizer que a vida não precisa ser do jeito que a jogaram em nós desde que nascemos. Existem outras formas de viver e as pessoas só não descobrem que elas estão aí por falta de contato com outras pessoas”.

Os pequenos e empolgados fãs, que cantam as músicas e batem palmas, têm atenção especial do Plá. “Muitas das crianças estão mais ligadas e mais antenadas que a maioria dos adultos. É que o adulto é meio encarapuçado, com tudo o que já ‘jogaram’ nele. A criança é mais livre e o adulto precisa enfrentar várias barreiras para sentir algo no som, como ultrapassar a cultura na qual ele foi criado, por exemplo”.

Bike

Ademir é envolvido com todo movimento ciclístico de Curitiba. Fez a opção de trocar qualquer meio de transporte com motor por sua bicicleta, já adaptada para carregar seu violão e suas obras. Tem um CD especial, no qual todas as faixas falam sobre bike, a mais especial para o cantor diz: “Invasão das bicicletas, bicicletas são pra gente, motor quente e não poluente. Parem os carros, diminuam os carros, queremos pedalar”. Além disso, ajudou na construção da Praça de Bolso do Ciclista, que foi feita na Rua São Francisco, em um terreno cedido pela prefeitura, com mão de obra da população. “Eu comecei a usar a bike mais intensivamente no ano de 2000. Em 2005, surgiu a bicicletada e, com ela, o som “Tem que ter moral”.

Ouça trecho da música. 
Por Andreza Rossini


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