Foto: Andreza Rossini |
Oito dos dez comerciantes entrevistados apontam a situação como o maior problema do local. Segundo o historiador e sacerdote da Igreja da Ordem, Alcides Andrade, os mendigos que ficam na região trazem insegurança e afastam os visitantes. “Nós recebemos pessoas de todos os cantos do mundo, todos os dias, mas eu percebo que eles se sentem inibidos com a situação”.
Esmolas
A moradora de rua Sara, de 28 anos, explica porque prefere essa região do Centro Histórico. “Aqui é um lugar onde só não ganha dinheiro quem não quer. Dá para conseguir trabalhando, roubando, traficando ou pedindo. Quando eu estou aqui não passo fome e nem frio”, afirma. Ela ainda conta que não há dificuldade em abordar quem passa pela região: “grande parte das vezes eu ganho alguma coisa. As pessoas doam - principalmente comida, sem reclamar e nem ameaçar ligar para a Guarda Municipal”.
Segundo a porta voz da Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS), Karla Tavares, não é recomendado ajudar quem está pedindo esmolas: “A ideia do atendimento à população em situação de rua é justamente recuperar os vínculos sociais e familiares, bem como proporcionar meios para o resgate da autonomia do indivíduo. Por isso, toda a prática que fortalece o vínculo da pessoa com a rua é considerada negativa”.
O sociólogo Thiago Rosa afirma que “pedir esmolas” é sintoma de um problema muito maior. “É interessante lembrar que várias pessoas preferem a mendicância por representar uma fonte de renda maior do que conseguiriam com uma carteira assinada. Tratando-se de uma perspectiva ampla, a mendicância é algo que pode viciar e limitar as possibilidades”, explica.
Por Andreza Rossini
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