segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Abordagem de pedintes é intensa no Largo da Ordem


Foto: Andreza Rossini

           Eles são muitos, cada um tem seu jeito, mas todos param de mesa em mesa pedir uma  moeda, um cigarro ou algo para comer. As abordagens dos pedintes acontecem cerca de quatro vezes a cada hora para quem está parado no Largo da Ordem, de acordo com um experimento feito pela equipe de reportagem.
          Oito dos dez comerciantes entrevistados apontam a situação como o maior problema do local. Segundo o historiador e sacerdote da Igreja da Ordem, Alcides Andrade, os mendigos que ficam na região trazem insegurança e afastam os visitantes. “Nós recebemos pessoas de todos os cantos do mundo, todos os dias, mas eu percebo que eles se sentem inibidos com a situação”.
Esmolas 
           A moradora de rua Sara, de 28 anos, explica porque prefere essa região do Centro Histórico. “Aqui é um lugar onde só não ganha dinheiro quem não quer. Dá para conseguir trabalhando, roubando, traficando ou pedindo. Quando eu estou aqui não passo fome e nem frio”, afirma. Ela ainda conta que não há dificuldade em abordar quem passa pela região: “grande parte das vezes eu ganho alguma coisa. As pessoas doam - principalmente comida, sem reclamar e nem ameaçar ligar para a Guarda Municipal”.
          Segundo a porta voz da Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS), Karla Tavares, não é recomendado ajudar quem está pedindo esmolas: “A ideia do atendimento à população em situação de rua é justamente recuperar os vínculos sociais e familiares, bem como proporcionar meios para o resgate da autonomia do indivíduo. Por isso, toda a prática que fortalece o vínculo da pessoa com a rua é considerada negativa”.
          O sociólogo Thiago Rosa afirma que “pedir esmolas” é sintoma de um problema muito maior. “É interessante lembrar que várias pessoas preferem a mendicância por representar uma fonte de renda maior do que conseguiriam com uma carteira assinada. Tratando-se de uma perspectiva ampla, a mendicância é algo que pode viciar e limitar as possibilidades”, explica.

Por Andreza Rossini
Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário

Páginas

Copyright © Capital da Notícia - Centro Histórico | Traduzido Por: Mais Template

Design by Anders Noren | Blogger Theme by NewBloggerThemes